Quebrar a rotina a dois - Casal Feliz I

Quebrar a rotina a dois - Casal Feliz I

Grandes, profundas e transformadoras "surpresas"


Quebrar a rotina a dois - Casal Feliz I

Um dia alguém perguntou ao poeta francês Lamartine se não se cansava de olhar horas a fio para o mar, ao que ele respondeu: «Vejo-o sempre diferente e não entendo porque todos olham para o que eu olho e ninguém vê o que eu vejo!»
Na verdade, Lamartine expressou assim a sua indignação, ao constatar, que somos nós os principais responsáveis pela visão rotineira da nossa realidade e pela imposição da mesma nas nossas vidas.


Quebrar a rotina a dois - Casal Feliz I
Como podemos ver sempre o mesmo mar, se ele oscila constantemente no seu ciclo de marés, renovando-se, remexendo a areia, mudando-a de sítio, batendo nas pedras, repousando num movimento constante e impossível de parar, numa dança cadente e sábia que nos remete para a certeza de que cada segundo na Natureza é novo e irrepetível. Talvez esta analogia seja um bom ponto de partida para falar sobre aquela que tem sido desde sempre uma das vilãs mais temidas nos nossos relacionamentos: a rotina.


Rotina para que te quero? Monotonia para que te aceito?


Se buscarmos saber mais sobre a palavra rotina, encontraremos no dicionário a definição "caminho já trilhado ou sabido, prática de fazer sempre uma coisa do mesmo modo". Acredito que muitos de nós nunca se deram ao trabalho de procurar o significado, nem mesmo a etimologia da palavra, mas também acredito que a certeza de epidérmica do aperto que é "este caminho já trilhado e sabido", na vida e nas nossas relações amorosas, de uma ou de outra forma já nos tocou a todos.

Quebrar a rotina a dois - Casal Feliz I

Enquanto a rotina nos faz repetir vezes sem conta uma determinada conduta, a monotonia é o resultado dessa repetição, que mais do que amargar, nos faz mastigar uma pastilha dura e sem qualquer sabor, mas que muitas vezes insistimos em mastigar numa ilusão de segurança. Ou seja, repetir todos os dias as mesmas coisas, parece fazer-nos sentir mais seguros, pois pensamos que assim nada nos poderá surpreender ou sair do nosso controlo. Um bom exemplo são as pessoas que não gostam de nenhum tipo de surpresas. Coisas como uma viagem relâmpago a dois, ou um jantar repentino num local novo e diferente, irrita-as e transtorna-as profundamente, pois o factor surpresa vai exigir-lhes a lidarem com algo para o qual não houve preparação prévia. Mais do que qualquer outra coisa, estas pessoas adoram a previsibilidade e a programação escrupulosa de tudo o que vão fazer a cada minuto, hora, dia, mês e ano. Claro está, que quando estão no auge da ilusão, lá a vida se encarrega de as presentear com grandes, profundas e transformadoras "surpresas" para acordarem da dormência, onde por medo se emparedaram.

Ver continuação do artigo: Quebrar a rotina a dois - Casal Feliz II


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